A distribuição de renda no Brasil é a pior do mundo, em que os 10% mais ricos ganham 28 vezes a renda dos 40% mais pobres. Este é um dos dados publicados em uma pesquisa que será lançada em livro, chamada “Desigualdade e Pobreza no Brasil”, do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que levou em consideração indicadores do Banco Mundial (Bird), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), IBGE e da ONU.
Outros elementos do estudo do IPEA indicam que os 10% mais ricos da população brasileira se apropriam de cerca de 50% da renda total do país, e os 50% mais pobres detêm apenas 10% da renda do país. Outros países mais pobres não têm uma desigualdade estrutural tão grande como o Brasil. Pelos dados da pesquisa do IPEA, esta situação não sofre mudanças há exatamente 25 anos e parece que existe um conformismo dentro da sociedade brasileira de continuar esta desigualdade.
O estudo do IPEA mostra que a desigualdade social no Brasil é estrutural, o que confirma as teses da Refundação do PCML (Partido Comunista Marxista Leninista) de que este é um modelo de desenvolvimento do Brasil desde a colônia, que fez com que a propriedade privada de monopólio da terra voltada para a exportação fosse a mola mestra da desigualdade social.
Com o regime escravocrata agro-exportador, as diferenças de classe social entre os que detinham os meios de produção, que eram os colonizadores portugueses e os escravos, que eram a mão-de-obra gratuita para tocar a economia do país, fizeram com que o país se desenvolvesse de uma forma desigual. O desenvolvimento econômico do Brasil desde aqueles tempos não quebrou o monopólio da terra e da indústria e por isso todo o crescimento foi injusto para a maior parte da população brasileira, que teve que sustentar a sede dos lucros dos monopólios estrangeiros e nacionais até os dias atuais.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
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Realmente a situação do Brasil é crítica, e o governo pouco faz para que esse quadro mude. Teu trabalho está bastante informativo e objetivo, gostei muito.
ResponderExcluirJorge,
ResponderExcluirO texto do Júlio Lobo traz elementos para analisarmos a desigualdade social através de dados estatísticos. Ele mostra a disparidade existente entre a população no que se refere a distribuição de renda, o que torna o Brasil um dos países com o maior índice de desigualdade social do mundo. Mas gostaria de ter lido uma análise feita por você sobre o tema proposto. Faltou utilizar este texto do Júlio para desenvolver a tua análise crítica sobre a desigualdade. Por que existe esse índice tão alarmante de desigualdade no Brasil? O que o poder público faz para inverter esses dados? E a sociedade civil, qual é o seu papel diante dessa realidade? Ficam essas questões para pensarmos.
Um abraço.